segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Foge borboleta!
Tem sido como um sonho. Deitou-se há seis meses sem saber muito bem o que ia acontecer. Adormeceu e entretanto viveu experiências inesquecíveis. O tempo tomou umas dimensões que lhe eram desconhecidas até então. Sonhou com um jardim e com os seus moradores. Lá habitavam uns seres que lhe ajudaram a compreender melhor a relatividade do tempo. Cresceram e ele cresceu com eles, partilharam confidências apesar não terem usado palavras, morreram e ele achou morrer com eles alguma vez, levantaram o voo e ele conseguiu levantar o seu também. Os pés foram-se adaptando aos caminhos, igual do que as arvores às estações. As cores mudavam, as estórias se seguiam e o rio continuava o seu curso. Mas tinha de acordar, todos os sonhos têm o seu final. Ainda meio estremunhado vai-se apercebendo de que tudo terminou e é hora de acordar. Com certeza que vai lembrar todo o que aconteceu essa noite pois nunca deixará de ouvir aquelas últimas vozes:
Foge borboleta!
"O tempo não para e, no entanto, ele nunca envelhece".
Foge Foge Bandido - Borboleta
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